Em uma
pequena cidade, de um pequeno estado, dizem que vivia uma bruxa que fazia
rituais macabros em sua casa, a casa número 0.
A casa
a muito estava abandonada e quem entrava la dizia que ouvia passos e risadas
pela casa.
Depois de
muito tempo foi alugada por um casal. Eles tinham um filho chamado Artur.
O
corretor que lhes vendeu a casa advertiu diversas vezes de que a casa era
realmente muito estranha, mas eles compraram igual.
-
Estranho um corretor tentar não vender uma casa!
- No
mínimo tinha alguma mais cara para tentar nos empurrar!
A casa
demorou a ser reformada, uma vez que muitos dos trabalhadores fugiram da
reforma por medo.
Quando
ficou pronta eles se mudaram pra la. Artur que gostava de histórias de terror
pediu para que seu quarto fosse no porão onde diziam ser onde a bruxa fazia
seus rituais. Os pais, aceitaram, sempre gostaram de dar liberdade ao filho.
Na
primeira semana nada aconteceu, e eles achavam que as pessoas eram apenas
supersticiosas demais.
Na segunda
semana Artur afirma ter ouvido uma risada em um dos cantos do porão, mas os
pais acharam que era brincadeira.
Artur
continuou afirmando que ouvia risadas e ruidos pelo quarto, até que seus pais
mudaram seu quarto para um comodo no segundo andar.
Certa
noite o pai de Artur estava indo na cozinha tomar um copo d’agua quando ouviu
ruidos no porão e risadas infantis.
-
Artur? Já disse que não quero mais você ai!
As
risadas continuaram, então o pai de artur resolveu descer para tirar o filho de
la.
-
Artur, você vai ficar de castigo!
Ele
desceu la e não viu nada, temeroso, saiu do porão e trancou a porta.
No
outro dia relatou o que havia acontecido à noite. Sua mulher achou graça, e
desafiou-o:
- Essa
noite dormirei la, seus medrosos!
- Vamos
ver quem vai ser medroso depois de hoje!
À noite
a mulher levou um colchão para o porão e algumas cobertas.
Durante
a noite ela ouviu as risadas e os ruídos e achou que era o pai de Artur
querendo provoca-la.
- Muito
engraçado agora pode parar.
Ela
liga a luz e se depara com uma mulher. Vestida em roupas muito antigas, e
rasgadas, a velha bruxa emite um riso chiado antes de atacá-la com um punhal
negro.
Antes
de ela conseguir gritar a velha bruxa tapa a boca dela.
Tarde
da noite o pai de Artur decide ir chamar a mulher para o quarto, o porão devia
estar muito frio.
Entrando
no porão ele vê o corpo da mulher no centro de um pentagrama, enquanto vermes escuros
devoram a sua barriga.
- Você
sabia que ela esperava outro filho?
O pai
de Artur ouviu uma voz chiada sussurrar.
- Sim
ela esperava um segundo filho seu. Então Artur me invocou. Ele temia a
rejeição! E eu vivo nas paredes dessa casa, esperando alguém que precise de
minha ajuda! Sim eu não sou uma bruxa má, sou apenas uma velha senhora que
ajuda as pessoas!
- Você
matou minha mulher, e acusa Artur?
O pai
te Artur investe contra a velha bruxa que desaparece no ar. Ela reaparece atrás
dele.
- Eu
não matei sua mulher. Ela continua viva! Eu só matei a criança que estava sendo
gerada no útero dela! Vocês poderão continuar como uma família!
- Não
pode... Isso não pode estar acontecendo!
- Pode!
Artur se sentiu ameaçado diante de um novo membro na família! O coração de uma
criança é imaturo demais para dividir o amor dos pais.
- Artur
nunca foi assim, você está mentindo! Você matou minha mulher por que é louca!
- Louca?
Eu passei pelo mesmo que Artur passou! Então enfiei um punhal na barriga de
minha mãe para não ser substituída por um irmão! Então a cidade me escorraçou,
a mim, uma criança! Depois de morrer de fome, por não ter como arranjar comida
por culpa de minha idade, voltei para a casa onde vivi minha infância!
- Então
você aparece para quem passa pelo mesmo que você?
- Sim e
livro a criança da dor de ser substituída!
- Nós
nunca substituiríamos Artur pelo novo bebê.
-
Substituiriam mesmo que inconscientemente acabariam o abandonando aos poucos!
Artur
está parado diante da mãe dele que o olha assustada. Ele emite um riso chiado
antes de atacá-la com um punhal negro.